Raimundo

Raimundo
Raimundo , o Mundico

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

COMEÇO

 

Tudo começa como um zumbido, e você surdo.

Incomodativo, agudo, afiado.

Entre todos os barulhos lá de fora, os sussurros de cá dentro, e aquele zunzunzum.

Um boato persistente, lá de trás das boas idéias que logo serão esquecidas.

Mas, algo faz dele grito, berro, e um dia como bebê sujo exige sua atenção.

E a gente inocente dá.

Um erro maravilhoso!

Ouvi-lo ensina, instiga, perturba a natural ordem das coisas complicadas.

E daquele som perturbado, vem nos chegando o conforto do entendimento.

Mera ilusão.

Chega ficando alto e mais claramente altivo, até tornar-se parte, uma grande parte de nós.

O desejo do “possível?”, do “por que não?”, do “e agora?”.

E como gostamos disso…

A certeza perene da transformação como algo real, do valor do sonho para a vida, que tudo que é hoje real primeiro fez parte do universo do imaterial.

E mesmo sem resposta alguma nos metemos na convicção que não há erro, não há acerto, tudo é poucamente efêmero.

Não saber nos dá muito medo, o conhecido apavora o novo, atrás da árvore sempre a espreita o velho coelho branco.

E o que essa voz nos diz?

O que essa voz nos faz seguir?

Não sabemos.

Saberemos.

Seja então bem-vindo.

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